30 de junho de 2015

Como gerenciar crises, segundo a Família Schurmann

Os Schurmann são a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo de veleiro e a circum-navegar o globo duas vezes. Em suas palestras, eles traçam uma analogia entre os desafios enfrentados no mar com o mundo dos negócios e mostram como driblar as adversidades para construir uma organização de sucesso.

A seguir, eles compartilham os conhecimentos adquiridos em suas viagens pelos oceanos e ensinam como aplicá-los no gerenciamento de crises. Confira!

Como surgiu a ideia de largar tudo em terra firme e cruzar os 7 continentes do planeta pelos mares?

A ideia surgiu em 1974, quando nós (Vilfredo e Heloísa) viajamos para a Ilha de St. Thomas, no Caribe. Durante esse passeio turístico, navegamos pela primeira vez em um veleiro e nos apaixonamos pela experiência. No último dia na Ilha, fizemos um pacto: voltaríamos aquele lugar com nosso próprio barco. E estipulamos um prazo para a realização do nosso sonho: no aniversário de 10 anos de nosso filho David. E foram exatos 10 anos de preparação. Compramos um pequeno veleiro, em Florianópolis, e um jovem de 15 anos nos ensinou a navegar. Aos poucos, fomos adquirindo experiência, participando de regatas no Brasil e exterior até adquirir um veleiro de oceano. Com o veleiro Sagüi de 32 pés – e depois Manatee com 34 pés – navegamos mais de 8 mil milhas na costa brasileira. Em 1982, adquirimos o veleiro Guapo, de 44 pés, depois o Aysso, de 55 pés, que nos levou a dar duas voltas ao mundo. Na primeira viagem,  saímos de Florianópolis em 1984 e voltamos após 10 anos vivendo no mar com nossos filhos Wilhelm, David e Pierre. O mais difícil em todo sonho é dar o primeiro passo, porque estamos muitos ligados, com raízes profundas nas coisas materiais e isso freia as pessoas de realizar aquilo que mais gostariam de fazer. Para realizar qualquer sonho tem que marcar a data.

Na opinião de vocês, conhecer diferentes culturas influencia no desenvolvimento de ideias inovadoras para os negócios?

Cada expedição é uma experiência incrível, uma oportunidade para conhecer culturas e costumes diferentes. E isso é uma referência que cada tripulante leva tanto para a vida pessoal quanto para profissional. Para pensar “fora da caixa”, é preciso ter a mente livre. Quer maior liberdade que a imensidão do mar? Para embarcar numa expedição, é preciso praticar o desapego para zarpar rumo ao novo, ao inédito, a descoberta. É se permitir observar os costumes de povos tão distintos. É vivenciar a diversidade humana. E essa experiência influencia cada um de nós, possibilitando que um projeto seja diferente do outro.

Vilfredo utiliza como inspiração a seguinte frase: “No mar não podemos mudar a direção dos ventos, mas podemos ajustar as velas.” Também é assim no mundo empresarial? Qual a melhor receita para os gestores em momentos de crise?

Serenidade é fundamental para enfrentarmos qualquer crise e tempestade. É preciso ter calma para calcular os riscos, tentar prever o imprevisto, organizar a tripulação, preparar a embarcação, ter um plano B já delineado e assim, com convicção e confiança, enfrentar a tempestade com a certeza de que esse será o melhor rumo.

O segredo do sucesso das viagens da família Schurmann está no planejamento, plano de ação e na cooperação mútua de todos os integrantes. Esse também é o segredo do sucesso para o mundo dos negócios?

Sempre terá alguém no seu caminho que vai tentar te convencer que você está louco, que não dará certo, etc. Mas se você acredita em seu projeto, planeje e esteja preparado para realizá-lo. O sonho não acontece por si só. Ele se torna real a partir do seu empenho.  Para a primeira expedição, nos preparamos por dez anos. Estamos neste momento na Ilha de Páscoa, vivenciando os primeiros meses da Expedição Oriente, que teve cinco anos de planejamento e preparação. Então, confiança, planejamento e coragem são fundamentais sim. As comunicações evoluíram e com isso temos mais informações on-line que nos dá segurança. Quanto mais informações disponíveis, menos erros são cometidos.

No mar, nosso maior desafio é desenvolver o espírito de equipe, a convivência e o relacionamento interpessoal em um pequeno espaço – além das tempestades em alto mar. A formação de uma equipe unida e comprometida também é fundamental. E essa equipe precisa entender aonde quer chegar e o melhor caminho a seguir diante dos objetivos traçados.

Nos planejamos, nos organizamos, nos dividimos em diferentes tarefas e confiamos no potencial de cada um. A união, a confiança e o respeito que temos um pelo outro nos leva, literalmente, longe.
A família Schurmann se tornou ainda mais conhecida após ingressar no mundo digital. Vocês acreditam que a presença das marcas no ambiente on-line também é fundamental para a expansão dos negócios?

Sem dúvidas. Aquele conceito de “globalização” se materializa pelos canais digitais. Desde que zarpamos de Itajaí, Santa Catarina, em 21 de setembro do ano passado, contamos com milhares de “tripulantes digitais”.
Quais aprendizados da vida em alto mar podem ser aplicados no mundo dos negócios?

Uma empresa é como um veleiro em alto mar. Em nossas palestras corporativas, traçamos uma analogia entre os desafios enfrentados no mar com o mundo dos negócios, tendo a empresa como um veleiro e os colaboradores como tripulantes. Eu (Vilfredo) sempre destaco que o comandante de um veleiro oceânico e um executivo de uma corporação têm semelhanças na administração dos seus tripulantes/equipes, no dia a dia. Então, aqui compartilhamos algumas comparações entre a vida em alto mar e o mundo dos negócios:

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