Entrevista: Antonia Maria Zogaeb – Espaço para eventos
Antonia Maria Zogaeb, carinhosamente chamada de AMZ, atua há 35 anos na área de Eventos e Relações Públicas e é pioneira no segmento em Campinas e região. A paixão pela atividade teve início ainda na adolescência, quando ajudava sua mãe na organização de eventos filantrópicos, e foi oficializada ao inaugurar o seu próprio escritório.
Com ampla experiência na realização de eventos governamentais, AMZ é gestora de congressos, conferências, seminários, feiras e exposições. Além disso, desenvolve estratégias para eventos alinhadas ao marketing digital, incluindo a relação com influenciadores.
Para conversar sobre as habilidades que ela adquiriu ao longo de sua carreira e também poder comemorar o mês das mulheres, a convidamos para um bate-papo. Confira!
Você tem uma trajetória extensa na realização de eventos corporativos e governamentais. Quais são as principais diferenças existentes entre esses dois tipos de eventos e o que um bom produtor precisa estar ciente?
A nossa assessoria inaugurou cerca de 80% dos empreendimentos de Campinas e região, desde grandes incorporações até os pequenos negócios. Neste período atestamos que, em qualquer tipo de evento, o produtor tem sempre que verificar quais são os objetivos a serem atingidos e, a partir disso, elaborar um bom planejamento. Com essa questão ajustada, o andamento da organização fluirá de forma agradável.
Uma boa dica para os eventos corporativos é que devemos respeitar as particularidades da empresa atendida, ou seja, a sua filosofia e cultura. O respeito e a consideração a essas peculiaridades saltam aos olhos do cliente e dos convidados e, com isso, a solenidade fica mais simpática, confortável e simbólica.
Há de se salientar que, diferentemente dos eventos governamentais, as cerimônias corporativas são ótimas ferramentas para estreitar o relacionamento com clientes, fornecedores, empresas e colaboradores, gerando vantagens competitivas para as organizações. Dentre eles existem: congressos, conferências, convenções, mesas redondas, palestras, simpósios, entre outros.
Já nos governamentais, que têm caráter público, é importante ter conhecimento profundo sobre as leis que regem os eventos, já que existem determinados padrões a serem cumpridos. Essa sabedoria otimiza as providências que o contratante tem que tomar e ele passa a admirar o nosso trabalho. Com isso, vamos nos tornando referência no setor.
A escolha de um centro de convenções é fundamental para o sucesso de um evento. Quais critérios você leva em consideração na hora de definir onde sediar uma conferência ou exposição?
Essa escolha é, sem dúvidas, a mais intensa e a que requer maior logística, alinhamento e coordenação. A definição do local se inicia com a análise do objetivo do realizador. A partir do propósito estabelecido, há vários critérios a serem observados de acordo com a organização. Para eventos abertos ao público, por exemplo, é fundamental escolher uma localização que facilite o acesso dos convidados.
Além disso, temos sempre que analisar outros detalhes pertinentes, como a infraestrutura, o entorno do local, as acomodações, a existência de estacionamentos próximos ao evento, e locais para alimentação. Todos esses critérios devem estar alinhados ao orçamento destinado para a ocasião.
Na sua carreira, quais foram os principais desafios que você enfrentou durante a realização de algum evento e como você lidou com eles?
Em todo evento, por mais que os detalhes estejam alinhados ao cronograma, devemos sempre ter em mente que trabalhamos com pessoas. Sendo assim, os imprevistos sempre podem acontecer.
Em qualquer circunstância, favorável ou não, é fundamental ter flexibilidade e criatividade para solucionar qualquer adversidade.
Um dos casos que pudemos vivenciar foi a inauguração de uma estação de satélite. O evento precisava ser ao ar livre e não tínhamos plano B. De repente, o tempo foi fechando e as nuvens ficando cada vez mais carregadas e a solução que encontramos foi acelerar todo o evento. Assim que a autoridade principal chegou, antecipamos a cerimônia e encurtamos todos os discursos, o que fez com que o evento terminasse mais rápido. Resultado: assim que a maioria dos convidados saiu do local, a chuva veio com toda sua força.
Além da infraestrutura e programação, a boa visibilidade de um evento também é fruto da participação de pessoas ilustres. Como você define quais personalidades convidar para um determinado evento e de que forma elas podem ajudar na divulgação?
Os convidados são tão importantes quanto a montagem inteira de um evento, pois só alcançamos o nosso objetivo se o público participante for pertinente ao que se quer atingir. Ainda: ao estabelecer o tipo de convidado, fica mais fácil direcionar o formato da cerimônia.
Para definir o perfil de quem será convidado é necessário sempre ter mailings atualizados, contendo pessoas de vários segmentos. Em alguns casos, a participação de personalidades não é significativa, já em outros, é essencial que se tenha nomes ilustres, pois faz parte do sucesso do evento.
Quais são suas dicas para construir uma boa relação com figuras públicas e influenciadores digitais que poderão atuar como embaixadores de um evento ou projeto?
Considero essencial haver credibilidade de ambas as partes: da empresa que estamos representando e do profissional que elegeremos como embaixador. Além disso, é necessário ter conhecimento da empresa, das pessoas envolvidas e do objetivo do trabalho.
Para a contratação de um influenciador ou de uma pessoa pública, é necessário saber se o perfil condiz com a empresa (não apenas considerar o número de pessoas que o mesmo alcança). Por exemplo, não adianta a pessoa ser vegana e querer contratá-la para divulgar uma marca de carnes. Ou então, chamar um peão famoso no mundo dos rodeios para representar uma marca no lançamento de uma escuderia da Fórmula 1. Exageros à parte, saber conciliar interesses deste tipo contribui para a harmonização do evento em sua totalidade, resultando numa celebração, no mínimo, impecável.
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