Entrevista especial: Octavio Neto fala sobre a evolução do setor de eventos
Octavio Neto é um profissional com várias funções: empresário, publicitário, jornalista e presidente do Grupo Radar, empresa de comunicação especializada em turismo de negócios, feiras e eventos. Ao longo de quase vinte anos, ele fez a cobertura e visitou mais de seis mil feiras e eventos, produziu aproximadamente vinte mil entrevistas com empresários, organizadores e autoridades públicas. Com essa extensa experiência, Octavio conhece bem o mercado, acredita na expansão do setor e reforça que isso é possível graças à profissionalização da área. Confira a entrevista e saiba um pouco mais sobre as tendências!
Você atua há quase 20 anos na cobertura de feira de negócios. Quais as principais mudanças que aconteceram nesse mercado ao longo desses anos?
Ao longo desses anos, o setor cresceu e se profissionalizou. Empresas americanas e europeias adquiriram títulos de feiras já consolidadas e tradicionais aqui no país como Alcântara Machado, Guazzeli, Lemos Brito e outras.
As feiras segmentadas passaram a crescer e cada vez mais terem seu espaço, pelo resultado de negócios que se concretizaram. Os pavilhões se modernizaram.
O setor se profissionalizou e por um lado também se prostituiu. Muitos paraquedistas entraram no mercado oferecendo serviços sem certificações e qualidade, atravessadores interessados em explorar o mercado de feiras com custos baixos, ganhando concorrências e confundindo o mercado.
Acho que o setor está em franca expansão. Temos algumas deficiências de mão de obra, mas os que prestam bom serviço estão cada vez mais profissionais. Portanto, acredito cada vez mais na depuração desse mercado para melhor.
Acredito em uma agenda positiva para que a cidade e os serviços possam oferecer melhor atendimento aos turistas de negócios e aos visitantes das feiras. Por exemplo, têm semanas que temos seis feiras simultâneas e têm semanas que não acontece nenhuma feira.
Em relação às feiras e ao turismo de negócios, qual o segmento que mais investe em eventos voltados para essas áreas?
Mercados como o de tecnologia, eletroeletrônicos e alimentação, que se subdividiram em feiras segmentadas, trazendo mais investimento ao mercado em mais feiras, congressos e convenções.
Grandes, médios ou pequenos eventos. Qual é a principal tendência do mercado em relação ao tamanho e à estrutura dos eventos?
Grandes feiras sempre irão existir como o Salão do Automóvel, Fenatram, Fispal, Mecânica, Apas etc. Porém, pequenas e médias terão cada vez mais espaço, pois o número de profissionais que preferem se encontrar e passar suas mensagens em eventos ao invés de reuniões em seus escritórios deve crescer cada vez mais.
Quais as principais tendências dos eventos em relação aos estandes? As empresas têm utilizado ideias inovadoras para atrair visitantes?
Em segmentos que crescem, as empresas investem mais. No Brasil, existe essa característica. Se meu concorrente está na feira, eu vou ver se meu concorrente investiu, aí eu também invisto e as montadoras têm que tornar seus projetos mais criativos. Os estandes básicos e modulares tipo Octanorm, com aquelas salas transparentes e vitrines modulares sempre irão existir. As montadoras investiram muito nesses materiais modulares, pois são baratos. Porém, são iguais os que chamamos de montagem básica.
Em relação às ideias inovadoras, cada vez mais os expositores e os promotores trazem seus clientes, representantes e distribuidores com tudo pago: hotel, transporte e alimentação e outros mimos. Por outro lado, a agenda dos visitantes tem que ser otimizada para um melhor aproveitamento do tempo de visitação na feira.
Atualmente, qual o papel das novas tecnologias e da internet na produção e divulgação de eventos?
Elas são ferramentas que ajudam o visitante, o expositor e o promotor. Mesmo assim, nada substitui o olho no olho, pois esse contato traz a confiança e o conhecimento dos hábitos do seu cliente ou fornecedor.
Qual a expectativa de crescimento para os próximos anos do setor de eventos e turismo de negócios?
A expectativa é que o setor cresça entre 7% e 10 % ao ano em número de expositores e visitantes.
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