29 de outubro de 2013

Entrevista especial: Ricardo Buckup

Um estudo feito pela empresa de pesquisa e informação Data Popular revelou que o Brasil possui 1,5 milhão de jovens empreendedores com idade entre 16 e 24 anos. No levantamento, o Nordeste lidera com o maior número de empresários (36%), o Sudeste está na segunda posição (29%), seguido por Sul (16%), Norte (12%) e Centro-Oeste (7%). A pesquisa mostrou também que 58,7% desses jovens são do sexo feminino e 41,5% do masculino.

Há 11 anos, Ricardo Buckup estaria entre os números dessa pesquisa, pois o profissional começou a empreender aos 16 anos e logo fundou a sua primeira empresa. Atualmente, a B2 é referência no planejamento e gestão de ações voltadas ao público jovem. Nessa entrevista especial, ele conta as dificuldades e facilidades em ser um jovem empreendedor e dá dicas para quem deseja fazer sucesso no mercado de eventos.

Você tem uma história interessante sobre como entrou no mercado de eventos. Como foi a sua primeira experiência na área?

Eu iniciei minha trajetória profissional aos 16 anos, estagiando em uma companhia aérea, o que despertou a vontade de atuar no segmento de eventos e turismo. Participei de mais de 25 viagens de incentivo ao exterior para clientes de diversas indústrias.

Prestes a me formar administrador de empresas pela EAESP-FGV, em São Paulo, associei-me a um amigo e colega de classe e decidimos que nós mesmos iríamos organizar a nossa festa de formatura. Afinal, buscávamos algo que o mercado convencional ainda não oferecia: criatividade e inovação.

A festa ocorreu em meados de 2002 e foi um baita sucesso. Em paralelo à organização da formatura, me dedicava ao meu TCC, que teve como tema a abertura de uma empresa de eventos e promoções. Com isso, empreendi a B2 desde a faculdade, tendo a formatura como nosso primeiro grande case.

O fato de ser jovem facilitou ou dificultou na hora de fazer negócios na área? Por quê?

Ambos. Facilitou no sentido de sermos extremamente jovens, com muito brilho nos olhos e vontade de fazer acontecer. Não tínhamos nada para mostrar, fora uma paixão enorme pelo que fazíamos e muita disposição e energia para realizar os sonhos de nossos clientes. O meu tempo era praticamente 100% dedicado para o negócio, de segunda a segunda-feira. E sempre valeu a pena. Era a realização do sonho de nosso cliente, mas também realizávamos o nosso sonho.
Dificultou pelo fato de não ter “alguns fios de cabelos brancos”, como ocasionalmente escutava. Eu quase não tinha barba no rosto e nosso interlocutor muitas vezes era bem mais velho. Quando o negócio começou tínhamos recém completados 23 anos, mas sempre fomos extremamente responsáveis. De certa forma, isso era passado aos nossos primeiros clientes, que ficavam satisfeitos e o “boca a boca” começou. No início, tivemos muitos “não” e poucos “sim”, mas acreditávamos e sabíamos que empreender não era fácil. Porém, com organização, força de vontade e muita disciplina seria possível. E foi.

Em sua opinião, o que é empreender? O que é ser um empreendedor?

Gosto muito de uma frase do fundador do Skype, Niklas Zennström, que diz: “pessoas empreendedoras são as que se questionam o tempo todo por que estão fazendo as coisas do jeito que estão fazendo”.

Atualmente, qual o principal diferencial do jovem empreendedor na área de eventos?

Jovens empreendedores precisam querer. Basta isto. Com foco, competência e muita dedicação é difícil não dar certo. Existe um mercado que possui muitas oportunidades, diversas disciplinas e demanda recorrente e crescente. O mercado de comunicação está passando por uma grande mudança e é a hora de “surfar a onda”.

No mercado, existem fórmulas para se fazer sucesso? Quais dicas você dá ao jovem que deseja empreender no mercado de eventos?

Não tem mágica, não. Concordo com Thomas Edison: “Talento é 1% inspiração e 99% transpiração”. E é isso mesmo. Todo mundo tem a oportunidade de empreender, seja no mercado de eventos, seja em qualquer outro. O desafio é ter força para lutar contra a arrebentação, tomar vários “caldos”, quase se afogar algumas vezes, e depois da luta da sobrevivência do início – e o tempo varia muito de negócio para negócio – entender que existe um oceano azul enorme para ser navegado. Porém, ainda assim existem tempestades, ondas grandes e as oportunidades no meio disso tudo. Vale a pena, é bom demais.

Ao pensar em jovens, pensamos em inovação. Nesse mercado, quais são as outras palavras que devem estar na mente e na prática do empreendedor?

Disciplina, senso de oportunidade, paciência, dedicação, humildade, paixão, nunca deixar de sonhar, constante reconhecimento aos colaboradores e ser feliz com o que faz.

Como jovem empreendedor qual é a sua principal missão na área?

Está no nosso DNA, é a nossa razão de ser: marcar a vida do jovem brasileiro. Trabalho para isso todos os dias, em promover experiências positivas e incríveis aos jovens que são nossos clientes e na atuação de nossos clientes anunciantes no segmento jovem. Tudo precisa estar alinhado à missão.

Como você enxerga o futuro do mercado de eventos no Brasil?

Bastante promissor. É um mercado enorme, num país do tamanho de um continente e com quase 200 milhões de consumidores. Há muito a ser explorado ainda e existe espaço para todos.

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