28 de agosto de 2014

Entrevista: Flavia Liz Di Paolo

(foto:  Laura Lessa)

Flavia Liz Di Paolo já esteve em vários países, morou na Finlândia, França, Alemanha, Itália e Estados Unidos, mas a sua paixão é a cidade onde vive e trabalha: São Paulo. O sentimento pela cidade ajudou a descobrir a sua verdadeira vocação, ela se tornou personal guide.

Hoje ela é especialista em São Paulo no segmento de luxo e atende executivos e familiares de várias partes do mundo em seis idiomas: alemão, italiano, inglês, francês, espanhol e português. Credenciada pelo Ministério do Turismo, ela apresenta a metrópole de uma maneira personalizada e sempre traz novidades para os turistas que desejam desvendar a capital.

Nessa entrevista, ela revela pontos interessantes sobre a metrópole, fala sobre turismo vivencial, aponta lugares diferentes para conhecer na cidade e conta como personaliza os roteiros turísticos. Confira!

Como você descobriu que gostaria de desvendar São Paulo?

Eu nasci aqui e desenvolvi meu amor pela cidade à medida que fui conhecendo-a e descobrindo-a. E eu ainda a descubro, todos os dias.

Minha aptidão pela profissão vem desde muito nova, quando levava amigos e parentes de outros países para passear por São Paulo. Na verdade, acho que já nasci guia. Apenas demorei alguns anos para perceber. E quando percebi, nunca quis deixar de ser.

 
O que mais te encanta e surpreende na cidade?

Os seus contrastes, sua história, sua cultura, sua gastronomia, suas infinitas opções, sua capacidade de acolher a todos a despeito de raça e idade. São Paulo não deve nada a nenhuma cidade do mundo.


Como funciona o conceito de turismo vivencial?

Como o próprio nome diz: turismo vivencial é vivenciar a cidade. Faço com que meus clientes se sintam cidadãos, mesmo que seja por poucas horas. Que provem da nossa culinária, que conheçam lugares que só paulistanos muito “antenados” conhecem. Enfim, que a descubram e a desmistifiquem.


Você atende executivos de todos os continentes, de culturas diferentes e idiomas variados. Como você desenvolve o roteiro turístico para cada cliente, eles são personalizados?

Sim, meus tours são personalizados de acordo com os pontos de interesse de cada cliente. E isso pode ter a ver com seus hobbies, suas profissões ou interesses específicos que os trouxeram aqui. Porém, mesmo personalizados, sempre tento lhes dar uma noção dos nossos contrastes, do antigo e do novo, do simples e do luxuoso.


Em seus roteiros, você oferece tours inusitados como roteiros com arte urbana, favelas e para crianças. Como surgiu essa ideia e como apresenta esses lugares?

Essa ideia é fruto dessa personalização. Crio atividades e roteiros que atenda a toda a família e/ou grupo.  Não só mostro a eles as nossas riquezas culturais, como posso também lhes oferecer práticas em workshops personalizados, como o de café e de grafite, por exemplo.


Como você avalia a estrutura de turismo e de cultura na cidade?

Nossa estrutura ainda é aquém da nossa capacidade e potencial. Faltam mais profissionais capacitados, falta uma melhor comunicação com os nossos turistas, faltam informações mais claras.


Você pode nos indicar alguns lugares diferentes e especiais para conhecer em São Paulo?

Ponto Solidário, Museu Xingu, oficina mecânica e galeria de arte do Berbela, na Favela de Paraisópolis – esse tem que ir comigo ou alguém da minha equipe- o beco da Coruja, na vila Madalena e o Museu Afro Brasil, no Ibirapuera.


Qual o pedido de lugar mais inusitado feito por um cliente?

São muitos e consigo atender a todos, o céu é o limite! Porém, certa vez uma sérvia queria achar uma loja de qualquer jeito para comprar um enfeite de vidro com a cidade de São Paulo, daqueles que quando você mexe, cai neve, sabe? Queria para sua coleção. Essa eu fiquei devendo, mas ela não queria entender que o Brasil é um país tropical e que não neva em São Paulo. (risos)
 

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