Grandes nomes da economia criam ‘Clube de Debate’
Toda semana, economistas famosos como Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, e Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, se reúnem nos momentos livres para debater economia e políticas públicas no Centro de Debates e Políticas Públicas (CDPP).
Os encontros acontecem na Casa Ibiá, construção modernista dos anos 50 projetada pelo escritório de Oscar Niemeyer na Rua Ibiapinópolis, no Jardim Paulistano, em São Paulo.
A arquitetura lembra a “Casa das Garças” do Rio de Janeiro, fundada por Edmar Bacha e Dionísio Dias, cuja proposta se assemelha ao clube de discussões de São Paulo. No entanto, segundo os próprios associados, não existem vínculos formais entre os dois lugares.
A ideia do clube nasceu há dois anos, fruto de conversas entre Goldfajn, Pastore e o empresário Marcos Lederman. “Nós queríamos criar um local onde você pudesse vir em um final de tarde, ou em uma manhã, juntar 10, 15 ou 50 pessoas, e debater”, afirma Pastore.
Segundo o economista, a capital abriga um grupo importante de pessoas com interesse em analisar questões sobre política econômica, políticas públicas, saúde, educação, inflação, crescimento econômico e economia internacional.
E deu certo. Hoje, um ano depois, o “Clube de Debate” conta com 43 associados e um primeiro estudo. “Sob a luz do sol – Uma agenda para o Brasil” é resultado dos debates e reuniões com os sócios. Lançado em setembro, deve ser entregue este ano a formadores de opinião.
Com o objetivo de não se associar a uma ideologia ou partido político, o centro já recebeu nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a candidata à presidência pelo PSB Marina Silva e o atual prefeito de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad.
Os sócios e a diretoria são quem definem os palestrantes, cujas apresentações – privadas até para a imprensa – devem obedecer uma única regra: reservar no mínimo dois terços do tempo para perguntas e respostas.
“Não queremos que nenhum interesse particular ou de grupos influencie o debate. Não queremos que o sujeito venda o peixe dele aqui. Existem pontos que precisam estar relativamente sigilosos para que a discussão tenha efeito”, explica Pastore.
O centro tem como principais premissas a transparência do orçamento público, e apoia investimentos que aumentam a produtividade no trabalho – como aplicar verbas em educação e em saúde – para o país crescer.
“Uma parte da produtividade vem da gestão, de como você gere. Nós achamos que quanto mais claro ficar para a sociedade o que ela está gastando, como são feitas as coisas, melhor vão ser as escolhas”, esclarece Goldfajn.
Fonte: Época Negócios
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