23 de abril de 2018

Entrevista: Ivan Almeida – Fotografia empresarial

Uma imagem pode informar, impactar, gerar conceitos, despertar desejos e apresentar soluções. No ramo da fotografia empresarial, os objetivos são ainda mais específicos. As fotos tiradas em ambientes corporativos ajudam a construir a reputação de uma organização, podendo transmitir valores, credibilidade e confiança.

As fotos de eventos empresariais costumam ser utilizadas em campanhas publicitárias, redes sociais e apresentações. Por isso, o fotógrafo que as tiram precisa ter um olhar especializado. Ivan Almeida é um desses profissionais. Ele é de São Paulo, atua há 20 anos no segmento e conta com um portfólio extenso. Para Almeida, a fotografia é e deve ser tratada como arte.

Confira o bate-papo que a Transamerica Expo Center teve com ele sobre a importância e os desafios da fotografia empresarial.

As fotografias empresariais e corporativas têm uma função estratégica. Como elas podem beneficiar uma marca ou negócio?

O benefício é simples: para uma empresa sobreviver no mercado é fundamental que ela se divulgue. Propaganda e visibilidade são extremamente necessárias para qualquer marca que queira ter e manter o sucesso. E quanto melhor o material a ser divulgado, maior será o público atingido pelas campanhas de marketing e comunicação.

Nesta vida extremamente corrida, muitos não param para ler um texto a não ser que a imagem atraia sua atenção. Mesmo assim, algumas empresas insistem em fazer registros através do celular, alegando a necessidade de divulgar as notícias e acontecimentos com rapidez. Mas hoje há equipamentos fotográficos que já conseguem enviar as imagens via wi-fi em tempo real.

Um trabalho realizado por um profissional, sem dúvidas, irá valorizar amplamente o conteúdo divulgado. A criatividade adquirida com anos de experiência o faz ter um olhar inovador.

Existem diferenças na fotografia e na postura do fotógrafo em eventos corporativos e em eventos sociais?

Sim. Existem grandes diferenças nestes dois ramos. Atuei por 13 anos no ramo social e atuo há 12 anos no segmento corporativo. A maior diferença é que em eventos sociais o fotógrafo está focado em uma pessoa ou em um casal, na maioria das vezes. Já o fotógrafo corporativo, está focado na marca, na empresa ou na instituição.

No segmento corporativo há duas linhas de trabalho. Alguns se preocupam apenas com a marca e outros, como eu, defendem a ideia de criar uma harmonia entre a marca, a empresa, seus colaboradores e clientes, através de imagens. Isto é uma tendência mundial que aos poucos está chegando no Brasil para tornar as empresas mais humanas. A interação de cliente, colaborador e empresa, ao meu ver, é fundamental.

Quais são os desafios existentes na cobertura de grandes feiras ou eventos corporativos?

O fotógrafo especializado em coberturas corporativas não tem dificuldades, mesmo com total falta de informações. Uma característica do ramo é sempre estar atento, a todo o momento, a tudo o que acontece ao seu redor.

Quanto maior a experiência, maior a facilidade para resolver as adversidades. Porque mesmo com todas as informações, um evento é algo vivo e em movimento, onde, quase sempre, eventualidades acontecem.

Qual é a melhor maneira de os organizadores transmitirem ao fotógrafo o que eles esperam da cobertura fotográfica?

Quanto mais informações passadas, melhor será realizado o trabalho. Sobre isso, não tenha dúvidas! Um briefing bem estruturado facilita a captação das imagens e um melhor resultado. Falta de informações pode prejudicar um pouco, dependendo da experiência do fotógrafo ou da equipe contratada.

Fotógrafos com bastante experiência, mesmo sem um briefing, conseguem realizar uma cobertura completa e atender as necessidades do cliente. Mas, com um briefing completo o resultado é muito mais rápido e objetivo. Em relação ao perfil dos clientes, 40% das empresas passam um briefing completo, 50% faltando alguns itens e 10% não passam nenhuma informação.

Você considera a fotografia empresarial um segmento em ascensão?

Eu considero sim. É um segmento em ascensão e em evolução. Mas, conheço muitos profissionais corporativos que comentam que estão colocando a fotografia em segundo plano ou que vão desistir do ramo, pois acreditam ser uma área em extinção. Discordo totalmente desse pessimismo.

O que vejo é que a fotografia corporativa de 10 anos atrás não tem mais nada a ver com a fotografia dos dias atuais. A era digital transformou o ramo para sempre, ou seja, a necessidade do cliente é outra. Os profissionais corporativos devem se adequar às novas tendências do mercado.

Quais são os pontos que um organizador de evento corporativo ou empresarial deve levar em conta na hora de contratar uma equipe de fotografia?

O ponto principal é a análise de portfólio. Com isto, a empresa conhecerá um pouco da história de quem está sendo contratado, a linguagem que ele utiliza e checar se atende às necessidades da marca. Quanto mais diversificado o portfólio, mais experiência, sem dúvidas, terá o fotógrafo.

A empresa deve sempre pedir transparência para o fotógrafo ou para a equipe contratada. Saber quem será o profissional (ou profissionais) que vai realizar a cobertura fotográfica antes da contratação evitará surpresas, nem sempre agradáveis, na hora da entrega do produto final.

E é primordial contratar um fotógrafo ou equipe especializado em corporativo. Não adianta analisar um portfólio, mesmo ele sendo fantástico, de outro segmento. Pois a captação das imagens, a linguagem e os objetivos são totalmente diferentes. São pequenos pontos, que se considerados, com certeza, a empresa receberá em troca um trabalho com excelente qualidade.

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